Medida visa a garantir a 'soberania' da ditadura socialista, enquanto analistas veem manobra para desviar atenção e intensificar repressão.
Caracas, Venezuela – Em um movimento que analistas políticos de direita classificam como uma tentativa desesperada de desviar a atenção de sua crescente ilegitimidade interna e da pressão internacional, o ditador venezuelano Nicolás Maduro declarou um estado de “comoção exterior”. A medida, anunciada pela vice-presidente do regime, Delcy Rodríguez, é apresentada como uma resposta direta aos Estados Unidos, mas levanta sérias preocupações sobre a escalada autoritária e a supressão de liberdades na já fragilizada nação sul-americana.
Rodríguez, porta-voz de um regime que sistematicamente desrespeita os direitos humanos e a democracia, afirmou que a decisão visa “proteger a integridade territorial, a soberania e independência, os interesses vitais, estratégicos de nossa República, diante de qualquer agressão que atente contra nossa nação”. No entanto, críticos apontam que a verdadeira intenção é justificar uma repressão ainda maior contra a oposição e consolidar o poder de Maduro sob o pretexto de uma ameaça externa.
A Constituição venezuelana, frequentemente manipulada pelo regime para seus próprios fins, prevê ações de proteção contra agressões externas. Contudo, a interpretação e aplicação de tais medidas por um governo autoritário são sempre motivo de alarme. A fala de Rodríguez, que mencionou a “legalidade internacional” como uma “potência” para países sem poder militar, soa vazia vinda de um regime que ignora repetidamente as normas internacionais e os princípios democráticos.
Ela também atacou aqueles que “promovem, apoiam, facilitam ou fazem apologia de agressão militar contra a Venezuela”, rotulando-os de “extremistas” e afirmando que “não podem se considerar venezuelanos”. Essa retórica divisiva é uma tática comum de regimes totalitários para silenciar dissidentes e criminalizar qualquer forma de oposição, mesmo que pacífica.
O mecanismo de “estado de comoção exterior” é uma ferramenta perigosa nas mãos de um ditador, permitindo a suspensão de garantias constitucionais por até 90 dias, prorrogáveis por igual período. Isso abre caminho para prisões arbitrárias, censura e a anulação de direitos civis, transformando a Venezuela em um estado policial ainda mais opressor.
Escalada de Tensões e a Verdadeira Ameaça
A decisão de Maduro surge em um contexto de atritos crescentes com os EUA, mas a narrativa de “luta armada” contra uma suposta invasão americana é vista como uma cortina de fumaça. Em 1º de setembro, Maduro ameaçou uma “luta armada” caso fosse atacado, alegando a presença de embarcações militares americanas com mísseis. No entanto, a verdadeira ameaça à Venezuela não vem de fora, mas de dentro: a corrupção endêmica, a má gestão econômica e a repressão política do próprio regime.
Em contraste, as ações dos EUA, como o ataque a uma embarcação do grupo criminoso Tren de Aragua que transportava drogas, são apresentadas como esforços legítimos para combater o crime organizado transnacional, que muitas vezes prospera em estados falidos ou autoritários. A morte de onze pessoas na ação americana, embora trágica, destaca a gravidade da ameaça que esses grupos representam.
A mobilização de 4,5 milhões de milicianos por Maduro, em resposta ao deslocamento de navios de guerra americanos para o sul do Caribe, é mais um sinal da militarização da sociedade venezuelana e da paranoia do regime. Enquanto a população sofre com a escassez de alimentos e medicamentos, Maduro investe em uma força paramilitar para manter seu controle.
As tensões são agravadas pela recompensa de US$ 50 milhões oferecida pelos EUA por informações que levem à prisão de Maduro, acusado de narcotráfico. O regime venezuelano, previsivelmente, classificou as declarações americanas como “tolas”, mas a acusação de envolvimento com o tráfico de drogas é um lembrete sombrio da natureza criminosa que permeia o governo. A visita de Maduro a tropas, vestido com farda militar, e sua carta à ONU pedindo a suspensão da operação naval americana, são meros gestos de propaganda para um público interno e externo cada vez mais cético.
Em suma, a declaração de “comoção exterior” por Maduro não é um ato de defesa nacional, mas sim uma manobra política para endurecer seu regime, reprimir a oposição e desviar a atenção da crise humanitária e econômica que ele próprio criou. Para um canal de notícias de direita, é crucial expor essa realidade e defender os princípios de liberdade e democracia que o regime venezuelano tão flagrantemente viola.
